quinta-feira, 17 de abril de 2008

O DIA DO FOGO (PARTE 2: VULCÃO ATIVO)


então eles sempre ressuscitam / da cidade destruída de pompéia / destruída como história viva / que teima e não morre / história com veias expostas a sangrar / seus dobros viajam no espaço-tempo / trazendo pedras-pomes no espírito / e carvão / e enxofre / e cheiro de vulcão / e imagem de estradinha árida / e curvas como sinapses / como amálgamas / como videotape / como espelho mágico / que mente mentiras sinceras trazidas em cesta de moça / cesta com frutas e fita / como bola-de-cristal sincera / que sabe que as boas mentiras / fazem-nos escapar de sermos pedras /
e o que é afinal um vulcão / senão a terra se mostrando viva? / corpo. terra. líquidos corporais. lava quente / mil vivas à princesa do cosmo, gaia / e sua fábrica de vulcões a cuspir mel /
viva os ressuscitados / viva os que sonham / viva está a nostalgia highlander / o melhor daquele orgasmo hightech / impregnado de sentimento / de eletricidade abissal / de tremores de pompéia / e de toda terra que já tremeu / de toda cama prestes a quebrar / de todo chuveiro de água benta / a fazer reis e rainhas nus / milagrosamente atravessarem paredes / de toda manhã de incêndio calmo /
eles às vezes se lembram de pompéia / quando o sol os toca a pele / numa manhã de domingo / quando se coloca uma blusa verde / quando se escreve com minúsculas / pra saber que são pequenos / e que foram engolidos pelo vulcão.

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