segunda-feira, 12 de maio de 2008


trilogia psicolor
*
eu, canalha

na minha relva multicor
piso no tapete de pétalas
sobre os vermes
sobre as folhas
sobre o húmus
e sobre aquele homem que pensei ser
nada na verdade sei
a não ser que ele é um canalha
um bondoso canalha informal
ser canalha é pisar em cores
e escarrar arco-íris pastéis.



virgulismo

vou te sangrar, seu filho-da-puta
te afogo no leite de cabra safada
no leite envenenado da donzela
leite induzido
sangue induzido
mel voluntário de virgem solta
lava de vulcão marinho
vou te sangrar, filho-da-puta
derramar tua alma cor-de-rosa.



psicodrama

maio de 68
dezembro de 69
fogo de maio
fumaça de dezembro
espuma dos anos
fog
frogs
se sorri do passado
alegria sincera
alegria suicida
sarcasmo branco
direitos civis
capital dos fracos
e dos amadores

eu não existia
eu ainda não havia
e não havia sido
beijado
pela música feminina dos dias
em maio de 68

primaveras ensolaradas
me esperem
eis-me aqui:
e minha bandeira
é verde como o sangue.


***


luciano fortunato, músico e web-escritor,

escreve para o site crônicas cariocas

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